Curitiba – Brasília – Curitiba – Final
Dia 18/04 – Noite.
Jantar Baile: AABB.
Ótimo. Não posso falar mais sobre o evento, pois tive que ausentar-me bem mais cedo. Tão logo provei o jantar, fui dormir, pois no outro dia pela manhã teria que iniciar minha jornada de volta. Não é de bom alvitre fazer uma viagem de moto de ressaca e com sono. Como bom menino, fui me recolher. Então, verei os pés-de-valsa através das fotos do Dorini.
Dia 19/04 – A volta
Os planos de retorno foram alterados. O Lusa, que reside em Ribeirão Preto, relatou-me sobre as condições das estradas naquela região durante o jantar na AABB. O único comentário desairoso foi a quantidade de pedágio, mas que as estradas eram pistas duplas. É por aí que vou. Roteiro: Brasília – Goiânia – Itumbiara – Uberlândia – Uberaba – Ribeirão Preto – São Paulo – Curitiba.
Saída por volta de 07:00 hs. Parece tarde, mas arrumar a tralha toda na moto não é mole, não. Meu objetivo era chegar a Itumbiara – Goiás, para assistir os jogos de futebol das 16:00 hs, por isso, “no stress”.
No trajeto, após Goiânia, um boteco de beira de estrada oferecia paçoca de carne seca para levar. Não “arresisti” e comprei 8 copinhos, de mais ou menos 200 ml cada. Coloquei em um “bornal” impermeável que levava e amarrei no topo da tralha. E vamu que vamu.
Cheguei a Itumbiara por volta das 12:00 hs. Viagem tranqüila, sem nenhuma pressa. Ao dar uma volta na cidade para ver se achava um bom hotel, fui seguido por um carro da PM, com 2 servidores da lei em seu interior. Até aí nada. Fiquei meio “cabreiro” quando a patrulha acelerou, me ultrapassou, ligou a sirene e fechou o caminho da moto, impedindo que continuasse. Desceram os dois. O maior deles, se bem que o menor não era tão menor, veio em minha direção e perguntou de chofre:
- Tá procurando a saída?
Respondi: - Na verdade, um bom hotel.
Ele: - Indico o Beira-Rio, “é” quatro estrelas. (sic)
Abriu um sorriso, e como se fôssemos antigos amigos, disse:
- Sou um Abutre...
Pensei: Eu devo ser a carniça.
Brincadeira. Liguei logo. Abutres é um tipo de associação de motoqueiros. Quem quiser mais detalhes, acesse: www.abutres.com.br.
Tenho encontrado seus filiados em vários eventos de moto.
Eu disse que conhecia vários filiados, citei alguns e, pronto, éramos velhos amigos.
Fui ao hotel indicado pelo “seu guarda” e, surpresa: o melhor hotel que fiquei nesta epopéia. O atendimento e as acomodações superaram qualquer expectativa. Um calor danado, cansado da viagem, e o atendente praticamente me jogando dentro da piscina. Botei um calção e, mostrando toda minha musculatura, fui para o “sacrifício”. Nem bem tinha entrado n’água quando lá vem o garçom com uma bandeja com duas garrafas de marcas de cervejas diferentes, dois refrigerantes normal e diet, duas garrafas d’água, com gás e sem. Para quem? Para que eu escolhesse o que gostaria.
Só podia ser. Eu estava só na área da piscina. Contrariando minha “vocação” escolhi uma cerveja.... Desceu gostoso.
- O senhor gostaria de um tira-gosto? – disse o garçom.
Achei melhor aceitar, por educação.
Fiquei nesse “vidão” até a hora de começar o futebol. Não vou descrever todo o conforto e atendimento do hotel, mas senti-me como rei. Pelo tratamento, não foi caro.
À noite, conversando com o meu filho através do MSN, fiquei sabendo que o pai de nossa funcionária, na livraria, teria que se ausentar por um tempo, já que seu pai, que mora em Santo Antonio da Platina e é caminhoneiro, sofreu uma tentativa de assalto em São Paulo e levou um tiro, que o cegou e estraçalhou uma parte do cérebro. Está em coma.
Acabou o passeio. Vou direto para Curitiba.
20/04.
Acordei cedo, arrumei a tralha e pé na estrada.
Entre Itumbiara – GO e Prata – MG tem um cruzamento na estrada que leva a Uberlândia. Por lá fui. Pista simples, mas muito boa, conforme o Lusa.
De Uberlândia a Uberaba pista dupla. De Uberaba até a divisa com São Paulo, pista dupla, mas uma porcaria. A moto entrou em um buraco que quase acaba com a viagem. Quando se entra no estado de São Paulo, começa a via Anhanguera. É outra estrada. Como era hora do almoço, não resisti uma placa que dizia: “X-Lingüiça”. O número de carros parado dizia que devia ser bom. E era. Recomendo. Entre Uberaba e Ribeirão Preto. Siga as placas.
Após entupir as veias, só alegria. Curtir a estrada perfeita.
Após Ribeirão Preto iniciaram os pedágios. Lusa, MOTOS NÃO PAGAM..... Passando direto pelos pedágios, segui passando por Cravinhos, Sta. Rita do Passa Quatro, Porto Ferreira, Pirassununga, Leme, Araras, entrando na Rodovia dos Bandeirantes, também perfeita, mas com pedágios.... MAS MOTOS NÃO PAGAM.
Segui até o Rodoanel de São Paulo e entrei na Rodovia da Régis Bittencourt, com pedágio e motos pagam, uma micharia, mas não deviam pagar nada, aliás todos deviam receber para andar os primeiros 100 km. Eles tem coragem de chamar este pedaço de AUTOPISTA. Sem acostamento, sem pista auxiliar.... Uma porcaria. Além do mais, estava naquele pedaço ao anoitecer e com chuva. Já que estava ali, resolvi ir até Registro – SP, a 188 kms de São Paulo. E dá-lhe chuva. Em outra situação, teria ficado em Ribeirão Preto, mas o passeio havia acabado.
Ao chegar ao hotel em Registro, este estava cheio de motociclistas hospedados. Grupos que vinham do Sul, outros grupos que iam para o Sul. Conversei com um grupo de Blumenau que tinha ido a Parati. A curiosidade destes grupos: todos integrantes tinham mais de 40 anos. A maioria rodeando os 50 anos.
Neste dia, rodei 900 kms. O “velhinho” agüenta....
Dia 21/04
Mais 220 kms, sob chuva, e almocei em casa.
Todos estavam me aguardando. Ir é bom, voltar é bom também. Minha esposa, Leyli, meus filhos, Jonas Neto e Vanessa, seus cônjuges, Andréa e Flávio, e meus queridos netos: Benjamin (Andréa/Neto) e Aurora (Vanessa/Flavio).
ÊÊÊÊ VIDA BOA!!!!
Quanto a paçoca de carne-seca, estava uma “paçoca” mesmo. Os potinhos arrebentaram e esparramou pelo bornal. Aproveitou-se um pouco.
Finalizando: Ao final de toda viagem anoto o que aprendi sobre “andar de moto”.
Um dos aprendizados desta já foi apontado como LEMBRETE: Não tossir com a viseira do capacete fechada.
Outro aprendizado: mesmo que seja fã incondicional de cuecas samba-canção, utilize as “tipo zorba”. Principalmente se tiver mais de 40 anos. Explico: Conforme a gente vai envelhecendo, as bolas do saco vão ficando igual relógio cuco: uma mais em cima e outra mais embaixo. Com a samba-canção elas ficam mais soltas e podem ser espremidas, conforme o balanço da moto. A outra segura “os zagueiros” em uma determinada posição, não causando desconfortos.
Outro aprendizado: quando o cabelo começar entrar nos olhos, cuspa na mão, levante a viseira e passe na testa. Puxa e gruda.
Outro aprendizado: um dos problemas para os motociclistas é retirar o dinheiro para pagar o pedágio, principalmente se estiver chovendo. Resolvi grudando moedas em um imã em cima do tanque de combustível. Até as cobradoras de pedágio acharam a idéia boa.
Outro aprendizado: não passar por dentro de ambiente em que são trocados óleos dos caminhões. Fica liso prá caramba. Caí uma vez. Como era um posto de combustível, estava bem devagar.
Pretendo estar presente nos próximos encontros. O próximo é em Fortaleza, segunda quinzena de agosto de 2.010. É covardia.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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